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Para alimentar a alma: Cabelegria

CabelegriaPeruquinhas

Este não é um blog de beleza, mas o assunto de hoje é cabelo. Isso mesmo. Porque às vezes, além de prover o corpo com alimentos, precisamos também alimentar a alma — e peço licença a vocês para falar um pouco mais sobre isso.

Minha relação com meus cabelos sempre foi ok. Em momentos em que uma mudança é necessária, é a primeira coisa a entrar na onda: já tive cabelão, já cortei Chanel, usei luzes, clareei e escureci, teve uma época em que eu mesma usava uma navalha em casa para manter o corte irregular e a transformação mais extrema foi quando meu cabelo ficou vermelhão, fase que durou mais de 5 anos. Nunca tive medo de mudar a “moldura do rosto”, mas é óbvio que o objetivo sempre foi cuidar da melhor forma para mantê-la sempre bonita.

Há algum tempo, em pouco mais de um ano, perdi três familiares próximas; duas delas por causa do câncer. E vivi muito de perto a dor de, além de toda questão psicológica envolvida em receber a notícia da doença e de todos os efeitos colaterais dos remédios, enfrentar a perda dos cabelos.

Confesso que sempre pensei que isso era apenas uma besteira perto da importância do tratamento para a tão esperada cura, mas definitivamente não é.

Quase todas as mulheres, em seu estado normal e com a auto estima em dia, já sentem muito quando precisam cortar pouco mais de 4 dedos das madeixas contra a sua vontade (por causa de tratamentos mal sucedidos, de pontas duplas, de ressecamento excessivo etc.). Agora imagina enfrentar a sentença de ficar totalmente sem cabelos quando a estrutura psicológica já está demasiadamente abalada. Difícil, extremamente difícil!

No ano passado, quando minha prima estava internada em São Paulo e fiquei alguns dias com ela no hospital, o tema virar careca por causa da quimioterapia surgiu. Minha tendência natural é sempre encarar os assuntos com um olhar mais positivo, então tentei manter a conversa da forma mais leve possível e até rimos com as possibilidades de variar a aparência com o uso de perucas diferentes e lenços ou turbantes de acordo com o humor ou a cor da roupa.

CabelegriaPerucas

Foi aí que falamos sobre o Cabelegria, uma ONG que recolhe cabelos cortados por pessoas comuns e produz perucas para meninas que perderam os cabelos, aumentando a auto-estima e, consequentemente, colaborando com a recuperação da paciente.

Aquilo ficou na minha cabeça e foi naquele dia que resolvi deixar meus cabelos crescerem o máximo que conseguisse, após anos mantendo-os na altura dos ombros, para doá-los. E foi o que ela fez quando os fios começaram a cair muito. Em alguns longos meses consegui cultivar 32 centímetros de “juba”, que viraram um rabinho que um dia vai alcançar uma cabecinha pelada.

CabeloCortadoCabelegria_CozinhandoPara2ou1

Não, não sou louca de ter cortado meus cabelos, “que estavam lindos compridos”, tão curtos — como tenho ouvido a todo momento. Não senti um tiquinho de arrependimento até agora e pretendo, em breve, repetir o feito. É que a alegria de olhar no espelho todos os dias sabendo que aqueles fios que por tanto tempo me acompanharam virarão sorrisos em alguém que nem conheço também me faz sorrir.

Vai dizer que aquelas carinhas lindas da foto lá em cima não fazem valer a pena?

E você, já pensou em fazer o mesmo? Dê uma olhada no site do Cabelegria e veja se não se anima. Juro que seu cabelo vai crescer mais rápido do que o de quem não os tem hoje — o meu já cresceu muito! 😉

Mas para quem ainda não se acostumou com a ideia de adotar cabelos mais curtos, há outra forma de contribuir. Qualquer pessoa pode adotar uma (ou mais!) peruca(s) em www.kickante.com.br/cabelegria.

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Você pode escolher o valor da sua contribuição (a partir de R$ 10) e depois ainda ganha recompensas muito especiais para retribuir o seu apoio.

E, se mesmo assim você não puder contribuir, pelo menos ajude a compartilhar essa causa. Faça parte da alegria de centenas de crianças com câncer! 🙂

<3

É aquariana, curiosa, jornalista e tem uma infinidade de interesses — entre eles, a culinária. Não é chef (nem pretende ser) mas a necessidade de morar sozinha a fez experimentar a alquimia das panelas e descobrir que o fogão não é um bicho de quatro bocas.

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